segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TRADIÇÕES DE JANEIRO

Santos Mártires de Marrocos


O mês de Janeiro no Folclore

“O mês de Janeiro começa na segunda fase folclórica do Ciclo do Natal, que vai de 1 – o Ano Bom ou Ano Novo, com as Janeiradas ou Janeiras, que se cantam, que se dão e que se recebem, e chega aos Reis no dia 6. Esta fase continua com unidade e sequência a que principia na véspera de Natal, com a Consoada e a Missa do Galo, o Cepo ou Madeiro a arder no adro da igreja ou na lareira da casa familiar.
Passa o período exaustivo das boas-festas e das consoadas, repetidas no Natal, no Ano Bom (ignobilmente mascaradas no antipático “reveillon”, que não é mais que deturpação da bem portuguesa “consoada”), e nos Reis; passam os coros populares, com adultos ou crianças a formá-los, restos hoje incompreendidos de manifestações de solidariedade e confraternização entre os habitantes do mesmo lugar. Passam também as representações sugestivas, de carácter litúrgico, por formas e agentes populares, dos autos do Natal, pastoradas, reisadas, etc.
Começa o ano com todas as suas solenizações periódicas e os trabalhos continuados. E a folhinha folclórica do ano se guê o seu soletrar diário.
A 10, celebra-se em Amarante a “festa pequena” de S. Gonçalo, a que se ligam provas manifestas de antigos cultos. A 15, cabe a vez a Santo Amaro, a quem tantas mãos, tantos pés, braços e muletas, carrinhos, se oferecem ex votos, – os membros, feitos de materiais variados, da cera à prata, os instrumentos de locomoção artificial, esses como são. Ali os deixam nas capelas do Santo aqueles que lhe pediram socorro nas aflições e nas desgraças da vida.
A 16, vêm os “Gloriosos Santos Mártires de Marrocos”. Coimbra os tomou por protectores seus, e venera-lhes os despojos e a memória na igreja de Santa Cruz. A 17, Santo Antão, protector dos gados. A 20, S. Sebastião, advogado contra a peste, a fome e a guerra, que foi venerado em todas as praças de guerra. Em Arcos de Valdevez, na noite de 19 para 20, é de tradição acenderem fogueiras nos cabeços, em redor da vila. Na Feira realiza-se a “festa das fogaceiras”, vestígio de antigo culto oficial ali prestado, pelas autoridades do concelho, ao Santo que o livrou de crise da peste; o cortejo das fogaceiras é formado de raparigas vestidas de branco, imposição de ritual, que a tradição mantém. A 22, tem a festa S. Vicente, conservada na liturgia católica em Lisboa, de que é patrono, e no Algarve, donde a lenda cristã e portuguesa o traz para Lisboa. Na capital, os corvos chamam-se vicentes na locução popular, e aparecem nas armas brasonais da Cidade, espalhadas pela Cidade.”


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Chaves, Luís, Rubrica: “Nos Domínios da Etnografia e do Folclore”, In, Revista Ocidente, Vol. VIII, N.º 21, 1940

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Confraria na RTP1

Registo da passagem da Confraria de Saberes e Sabores da Beira, "Grão Vasco" por mais um programa televisivo.O programa, tal como se pode ver na última notícia publicada no blog, teve lugar na quinta do PRUVOR no passado dia 17 de Dezembro de 2011.